Matrix
Larry e Andy Wachowski, criaram uma obra de ficção baseada no (sub)mundo informático, onde a realidade se confundia frequentemente com a simulação de um programa de computador, controlado por máquinas que dominavam os seres humanos. Nesta luta futurista, um grupo de seres humanos (irredutíveis sim, mas não gauleses), sobreviviam numa espécie de subterrâneos das grandes cidades agora controladas pelas máquinas. Laurence Fishburne encarna o papel de Morpeus, o líder desse grupo que luta diariamente contra o domínio das máquinas, tentando resgatar, homens e mulheres que viviam no mundo controlado mas que de certa forma acreditavam existir alguma coisa para além do que os olhos deixavam ver. É assim que Neo (Keanu Reeves), é trazido para a rebelião. Nesta fase inicial, são feitas inúmeras referências filosóficas, religiosas e outras, entre as quais o toque a ‘Alice no País das Maravilhas’. Neo, parece céptico e com grandes dúvidas quanto à exposição feita por Morpheus, mas quando este lhe coloca os dois comprimidos à frente (uma das imagens ‘míticas’ do filme e provavelmente de toda a trilogia), ele vê a resposta à pergunta ‘O que é a Matrix’, e começa a acreditar que afinal, existe algo para além daquilo que os olhos vêem, e que o mundo em que sempre viveu, afinal é pouco mais do que uma ilusão criada por computador.
Aquando do seu lançamento, as criticas ao filme foram por demais positivas, e vindas de várias áreas: desde críticos de cinema de ficção cientifica, ao mais comum dos espectadores, qualquer que fosse o ponto de vista com que se olhasse para o filme, ‘Matrix’ recebeu sempre os maiores elogios. Os efeitos especiais são dos pontos mais fortes desta obra, que mais do que filme, é uma pequena parte de uma obra mais vasta que vai até aos filme de animação e aos jogos de computador (uma das bases para muito do que se vê no filme). Ao que parece, Keanu Reeves não era a primeira escolha para o papel de Neo, mas depois de visto e revisto o filme, parece que afinal de contas o papel foi escrito à sua medida, assim como os de Morpheus, Trinity e o do misterioso e q.b. sinistro Agente Smith. Mas num filme destes, a performance dos actores não é o que está mais em causa, mas sim todo o jogo em torno da imagem, som e efeitos especiais que estão por detrás. No final, foram essas as áreas premiadas e que fizeram dos irmãos Wachowski, uma das duplas de maior sucesso do cinema mundial no final dos anos 90 e principio do novo século. Os efeitos especiais criados (inovadores até então) tornaram-se num habitué em quase todos os filmes de acção: balas em câmara lenta, lutas no ar e câmaras em rotação começaram a aparecer um pouco por todo o lado, tornando-se até em alvo de paródias em filmes cómicos.
Quanto á qualidade (menor ou maior, isso depende do ponto de vista) das duas sequelas que se seguiram a ‘Matrix’, essa é uma questão já batida e vista em muitos outros filmes. No que me toca, ‘Matrix Reloaded’, e ‘Matrix Revolutions’, são óptimos filmes, e só ficam atrás do primeiro, porque existem demasiados elementos de Ficção científica, e perdem-se as referências filosóficas e os elementos misteriosos que dominam (sobretudo) a primeira parte deste ‘episódio’.
A terminar, uma palavra para a excelente banda sonora de Matrix: num filme repleto de acção, não podia de forma nenhuma faltar algumas malhas de puro Rock para agitar ainda mais o espectador: Rage Against The Machine, Ramstein e Monster Magnet são apenas alguns dos nomes que compõem a banda sonora, de uma das mais marcantes obras do cinema do final de século.
Não há muito a dizer…
Nota: 9.5/10
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