Dave Mathews Band – Obrigado por nos terem feito esperar…
Há tantos anos á espera de um concerto de Dave Mathews, a espectativa estava numa fasquia altíssima, e não seria fácil corresponder ao que o público português esperava desta noite. Apesar de tudo, o Pavilhão Atlântico em Lisboa, não lotou (mas este perto) para receber a banda de Dave Mathews; quem não foi fez mal…muito mal mesmo.
O concerto começou cedo é certo, (por volta das 21h00) mas a impaciência de quem se encontrava no pavilhão já era mais que muita…ninguém queria esperar mais, e com uma entrada discreta, Dave Mathews assolou ao palco acompanhado de, como dizer…de um fabuloso conjunto de músicos. A abrir, Boyd Tinsley deu o primeiro recital de violino com pedal de efeitos (na gíria chamado de Wah-Wah) …confesso que nunca tinha visto ninguém tocar violino com efeitos assim e fiquei vidrado. ‘Everyday’ foi o tema que abriu o espectáculo, e desde o primeiro instante todo o público presente se entregou de alma e coração a Dave Mathews e seus companheiros.
O concerto começou cedo é certo, (por volta das 21h00) mas a impaciência de quem se encontrava no pavilhão já era mais que muita…ninguém queria esperar mais, e com uma entrada discreta, Dave Mathews assolou ao palco acompanhado de, como dizer…de um fabuloso conjunto de músicos. A abrir, Boyd Tinsley deu o primeiro recital de violino com pedal de efeitos (na gíria chamado de Wah-Wah) …confesso que nunca tinha visto ninguém tocar violino com efeitos assim e fiquei vidrado. ‘Everyday’ foi o tema que abriu o espectáculo, e desde o primeiro instante todo o público presente se entregou de alma e coração a Dave Mathews e seus companheiros.
Muito comunicativo ao longo de todo o concerto, ele começa por agradecer com o tradicional ‘obrigado’, para em seguida rematar com ‘Tenho pena que tenhamos demorado tanto tempo para vir cá’. Daqui para a frente a boa disposição tomou conta de toda a gente, e com os músicos incluídos neste grupo foi um desfolhar de um sem número de músicas que demonstraram o porquê de tanto sucesso desta banda e de tanta ansiedade em recebê-los no nosso país.
Tecnicamente, da parte da banda foi um concerto excepcional (perto da nota 10); em vez de tocarem as músicas como elas são nos discos, foi um constante reinventar de canções, fazendo passagens de umas para as outras, dando espaço a todos os músicos para se exibirem e exibirem as suas capacidades. Desde Carter Beauford, um baterista que não consegui perceber se era canhoto ou dextro, tal a forma como ele tocava (ora virado para um lado ora para outro….fabuloso!!!!), ao discreto mas mui competente e belíssimo executante baixista, passando pelo Duo de sopros que tinha a curiosa particularidade de um ser enorme e gordo e outro assim pequenino, terminando no teclista colocado mais atrás mas que nem por isso tocava menos bem que os companheiros de palco. A todos estes, temos de juntar o próprio…Dave Mathews: apesar de ser a ‘sua’ banda, não é razão para querer o palco, os holofotes e todo o protagonismo só para si; muito pelo contrário até…quantas não foram as vezes que se afastou para o lado, precisamente para dar o centro do palco e das atenções as outros. Esse foi (e será sempre) um dos segredos da espectacularidade dos seus concertos…é que ninguém aqui está acima de ninguém e todos contribuem da mesma forma para o resultado.
Ao fim de cerca de duas horas de concerto comecei a pensar para comigo…’Isto deve estar para acabar’. Mas a verdade é que a seguir a uma música, vinha outra grande música, e mais uma e mais uma e ainda mais outra. O Concerto parecia não ter fim, e apesar do cansaço que já devia pesar, no palco ninguém parava. Os solos de violino eram de deixar qualquer um de boca aberta, o baixo marcava o ritmo, a bateria não falhava um segundo que fosse, os sopros e as teclas acompanhavam como se todos fossem apenas um só; na frente Dave Mathews dava o mote, com a sua voz inconfundível, sem nunca parar com a peculiar dança de pés, com que nos foi brindando durante todo o concerto. Alternando momentos e sensações diferentes, o espectáculo correu toda a obra da banda e relembrou a subtileza (‘Gravedigger’ foi sem dúvida um dos momentos do concerto, se é que é possível elevar ainda mais um só), a Paixão, a sensibilidade, o gozo e (em doses aparentemente controladas) um pouco da ‘loucura sã' que se viveu em cima daquele palco. ‘Dreaming’, ‘Sister’, ‘The Idea of You’, ‘Stay’ ou os encores ‘Don’t drink the Water’ e ‘Rapunzel’ foram apenas alguns pontos nesta viagem a que a Dave Mathews nos levou ao longo de mais de três horas. Jams atrás de Jams, autênticas sessões de improviso que tiveram ainda a fantástica colaboração de Tom Morello: o mítico, altamente talentoso e virtuoso guitarrista dos Rage Against the Machine colocou-se ao lado dos outros músicos e também ele teve direito á sua parte neste espectáculo grandioso.
Dave Mathews disse que tinha pena de ter demorado tanto tempo a vir a Portugal...a mim cabe aqui a tarefa de agradecer não ter (muito pelo contrário até) defraudado nem um grama que fosse das expectativas colocadas para esta noite. Nós esperámos, e eles ofereceram-nos 3 horas fantásticas de um concerto que certamente ficará para a história de quem o viu, e de quem o tocou. Os músicos conquistaram o público, mas o público certamente que também conquistou a banda…é que não é fácil dar concertos tão longos, e nunca perder o pé, nem deixar que os níveis de adrenalina e entusiasmo baixem na plateia.
Dave Mathews disse que tinha pena de ter demorado tanto tempo a vir a Portugal...a mim cabe aqui a tarefa de agradecer não ter (muito pelo contrário até) defraudado nem um grama que fosse das expectativas colocadas para esta noite. Nós esperámos, e eles ofereceram-nos 3 horas fantásticas de um concerto que certamente ficará para a história de quem o viu, e de quem o tocou. Os músicos conquistaram o público, mas o público certamente que também conquistou a banda…é que não é fácil dar concertos tão longos, e nunca perder o pé, nem deixar que os níveis de adrenalina e entusiasmo baixem na plateia.
O remate final foi feito com um sentido ‘Vocês são inacreditáveis….não vamos demorar tanto tempo a voltar. Obrigado’. Eu devolvo e digo…’Não faltarei da próxima vez. Obrigado por esta noite’.
Nota: 9/10
Nota: 9/10
Nr…a nota só não é ainda mais elevada devido às sempre péssimas qualidades sonoras do Pavilhão Atlântico. Ainda para mais, para quem está na bancada como nós estávamos, o som vem com ecos, ressaltos e mais ressaltos, chegando mesmo por vezes ser difícil perceber todas as palavras, e distinguir todos os instrumentos. Simplesmente lamentável…
4 Comments:
Que espectáculo! Quero os ver cá muitas vezes
bolas...cada vez tou mais arrependida de n ter ido ver...
Vocês são uns sortudos, porque é que nunca mais apanhei um concerto com 3 horas de duração. ha, ha eu vou ver Dream Theater ao Porto
É pá tivesses ido para a plateia em pé, o som estava magnifico! Sem ganhar nada com isto, deixa-me dizer-te que o Pav. Atlântico está na lista das melhores salas de espectáculos do Mundo e a sua acústica foi muito bem estudada. O problema é simples, a "afinação" do som é peculiar e os técnicos das bandas raramente conseguem afinar como deve ser, já os técnicos do próprio PA dominam, mas a maior parte das vezes a sua ajuda não é requisitada... O melhor concerto da minha vida, sem duvida!
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