"Nada é o que Parece..."
2 actores nomeados para Oscares, uma excelente produção (a mesma de Crash e Sideways), e uma história em que nada é o que parece, fazem deste 'The Ilusionist' certamente um dos melhores filmes do final de 2006.
Confesso que Edward Norton é um dos meus actores favoritos...bastou ter visto 'América Proibida' e 'Fight Club', para perceber que estamos perante um dos melhores actores de Holywood. Neste filme Norton (Eisenheim) está igual a si mesmo: misterioso q.b., encarna um personagem que já por si o é (um mágico/ilusionista)...e que com o desenrolar da história se torna cada vez mais escuro passando até pelo sobrenatural'. Já Paul Giamatti, encarna o papel de um inspector da polícia (Uhl) que entra num desafio com Norton, e fica entre a fidelidade ao futuro herdeiro do Império Austríaco e a verdade dos factos. No jogo de um e de outro, tenta-se determinar o que é e o que não é realidade e onde começa a magia. Da mesma forma que a linha entre o real e o sobrenatural é muito ténue, as linhas que dividem o poder e a corrupção, a vigilância e a obsessão, o amor e a devoção, e, finalmente, a vida da morte, são facilmente confundidas por serem tão estreitas. A estes dois grandes actores, junta-se a bela Jessica Biel (Sophie von Teschen) .
Não sendo nem um polícial, nem um filme de amor...acaba por ter um pouco de cada, e a história cozinhada num ambiente sobrenatural e mágico ganha força a cada minuto do filme. Adaptada do livro de Steven Millhauser’s “Eisenheim the Illusionist,” a película desenrola-se numa época histórica pré-Guerra Mundial, e a atenção a vários pequenos pormenores é realmente fantástica.
A história está muito bem construída, e o seu final é de certo modo surpreendente: há vários momentos da história em que pensamos estar a acontecer uma coisa, e afinal de contas...é outra: Será??? Para os fãns do estilo....fica a sua forte recomendação!!
Estreia na próxima 5ª feira 2/11/2006. Vale bem a pena ver.
Nota: 8/10
Saúde-se o Campeão
Terminou ontem um ciclo, e uma nova era terá inicio no próximo ano de 2007. Nos últimos 5 anos, Valentino Rossi (Il Doctore) dominou tudo e todos, arrecadando 5 titulos consecutivos não dando qualquer hipótese aos adversários. Em 2006, as capacidades "extra-terrestres" do Italiano não foram suficientes para esconder as insuficiências competitivas da sua Máquina. Ainda assim, a emoção dominou todo o Campeonato Mundial de MotoGP e a decisão ficou para a última corrida.
Um erro muito pouco habitual de Rossi, levou a Yamaha a 'xeirar' a gravilha e nem uma recuperação do último ao 13º posto chegou para bater o novo campeão. Faça-se justiça: Nicky Hayden pode não ser o melhor, mas a verdade é que demonstrou uma regularidade impressionante (pontuou em todas as corridas exceptuando a do Estoril, onde foi atirado ao chão pelo próprio companheiro de equipa), e chegou ao final, apenas 5 pontos à frente de Rossi.
Na hora dos festejos, o Campeão chorou...chorou como um menino pequeno. Chorou porque conseguiu concretizar o sonho de uma vida inteira: Hayden chorou de felicidade. E na hora da derrota, viu-se a grandeza dos campeões: Rossi tirou o chapéu ao Norte-Americano e rodou na volta de consagração do "Kentucky Kid" de mão dada com o seu rival. O rei caíu...mas no próximo ano certamente estará de volta.
Até 2007
O Adeus de Um Campeão
"De Génio e de Louco todos temos um pouco". Todos os grandes génios são à sua maneira polémicos: sejam grandes mentes da cultura, da política, ciência ou desporto, todos eles alimentaram grandes paixões, mas criaram igualmente ódios muito fortes. O Alemão não fugiu à regra, e ao longo de cerca de 30 anos de carreira nos vários escalões do desporto automóvel, criou vários inimigos dentro das pistas, mas fez com que uma enorme legião de fãs, o seguisse para todo o lado: acontecesse o que acontecesse, Schumacher practicamente corria sempre em casa.
Ao longo dos mais de 15 anos na fórmula 1, o super-campeão acumulou recordes, bateu marcas e deixou uma pesada herança a quem vier atrás dele. Confesso que Schumacher (o Michael) nunca foi aquele que eu apontaria como o 'meu preferido' da Fórmula 1; muitas coisas ele fez que me desagradaram em grande escala (de lembrar os 'acidentes' com Damon Hill e anos mais tarde com Jacques Villeneuve), mas a verdade é que ele fazia por ganhar, ultrapassando por vezes algumas marcas do 'razoável'.
A sua última corrida espelha bem o que era Schumacher ao volante: partiu atrasado, mais atrasado ficou quando furou uma roda, mas recusou-se a atirar a toalha ao chão, e encetou uma recuperação...provavelmente ao alcance de mais ninguém. o Campeão caíu de pé!!!!
Assim como outros exemplos do desporto (Lance Armstrong no Ciclismo, Pelé no Futebol, Carl Lewis no Atletismo ou Michael Jordan no Basquetebol), uma nova era tem agora inicio. Para o bem e para o mal, Michael Schumacher marcou para sempre a Fórmula1: será 'Antes de Schumacher e Depois de Schumacher". De qualquer das formas aqui fica uma palavra na hora do adeus.
DANKE SCHUMMI
Citação...
"A verdadeira generosidade para com o futuro, consiste em entregar tudo ao presente"
Albert Camus