segunda-feira, abril 16, 2007

Hotel Ruanda

Estamos em 1994, e o Ruanda é palco de uma atrocidade de proporções dificilmente imagináveis. Uma guerra de Etnias, levou à morte de quase um milhão de Tutsis em menos de 4 meses, por parte de milícias de etnia Hutu (a maioria da população do País). Dizer que perante um cenário destes, encontrar uma qualquer tábua de salvação, poderia parecer demasiado esperançoso, mas a verdade é que essa tábua apareceu, e graças a ela mais de um milhar de pessoas acabou por conseguir escapar aos horrores de uma guerra sem tréguas onde se cometeram autênticos massacres.

Em Kigali, um Hotel de Luxo (Mille Collines) é gerido por um homem de etnia Hutu: Paul Rusesabagina (Don Cheadle), é casado com Tatiana (Sophie Okonedo), uma mulher Tutsi. Devido á sua profissão, Paul é um homem que se movimenta bem, travando conhecimentos importantes entre os quais se encontrava o General Bizimungu (Fana Mokoena).

Aquando do despoletar dos conflitos Paul tenta proteger a sua família, compra favores para ir protegendo os seus vizinhos e alguns amigos, mas acaba por abrir as portas do Hotel para proteger refugiados Hutus e Tutsis. Dão por eles, praticamente sós, dado que as Nações Unidas apenas apareceram para retirar os estrangeiros (tratados como os ‘brancos’ no filme) e evacuá-los do País. À beira do colapso, tenta-se todo o tipo de socorro, através de contactos internacionais e através da Sabena (empresa Belga dona do Hotel), para que pudesse ser enviada ajuda….ajuda essa que teima em não chegar.

Houve quem aproximasse este filme da ‘Lista de Schindler’de Steven Spielberg e a história de Paul Rusesabagina da de Óskar Schindler, mas esse é um paralelismo apenas possível de estabelecer pelo acto heróico em questão Do ponto de vista histórico, ‘Hotel Ruanda’ é de enorme importância como denúncia e documento: retrata de uma forma crua e muito dura uma realidade atroz.



Como cinema é uma excelente película (3 nomeações para Óscares) : a direcção (Terry George) é muito bem conseguida, pela forma como lida com a história e com o evoluir dos acontecimentos (o ritmo é imparável mantendo o espectador preso à história e aos personagens) e tem óptimas interpretações: Don Cheadle (Ocean’s Eleven, Traffic) tem um desempenho digno de um Óscar (nomeado para tal mas perdido para Jamie Foxx em ‘Ray’) tal é a intensidade e a dureza que emprega ao personagem, brilhantemente secundado por Sophie Okonedo, e pelo excelente Nick Nolte.

O filme tem algo de verdadeiramente mágico e emocionante…no meio da guerra, dos massacres e de um indescritível cenário de terror, um Homem mostra-se como um ‘Oásis no deserto’ surgindo como um autêntico salvador destas pessoas: eram mais de 1200 e ele ajudou-as mesmo que isso tivesse significado colocar em causa a sua própria vida. Excelente.

Nota: 8,5/10

4 Comments:

At 5:05 da tarde, Blogger Maria said...

Não consegui ver... Adormeci :-(...

Beijinho

 
At 9:37 da manhã, Blogger 1entre1000's said...

nunca vi este filme... mas tenciono ve-lo e este post abriu-me o apetite!

 
At 12:25 da tarde, Blogger Martunis said...

1entre1000's:

comprei o dvd com a visão praí há um mês e ainda não o tinha visto...deu esta segunda feira na rtp1. Vale bem a pena...mas se fores impressionável vai preparando os clinex's pq és capaz de ter de secar uma ou outra lágrimazita...

obrg

 
At 12:35 da tarde, Blogger André Sousa said...

Muito bom este filme!

 

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