quarta-feira, abril 11, 2007

A Lista de Schindler

Às vezes, ao fazer zapping um pouco ao acaso, encontram-se autênticas pérolas nos inúmeros canais de televisão por cabo. Pois bem, foi o que me aconteceu ao final da noite, quando ao passar no canal Hollywood, deparei-me (por sorte estava no inicio) com um dos filmes, para mim, mais marcantes da história do cinema. Assim que vejo Liam Neeson a preto e branco apercebi-me que estava perante uma obra-prima da sétima arte: 'A Lista de Schindler'.

Em a Lista de Schindler, é retratada parte da vida de Oskar Schindler, um homem poderoso nos negócios e com uma vida abastada e relativamente sossegada. Aproveitando a mão-de-obra dos Judeus, e das suas fortes ligações aos Nazis ele vai amealhando muito dinheiro com a exploração de uma fábrica, o que lhe permite ir também ‘comprando’ favores a alguns oficiais do Exército Nazi, como o caso de Amon Goeth, enviado para Cracóvia como o intuito de eliminar todos os Judeus. Após algum tempo de estreita relação entre ambos, Schindler consegue convencer Goeth a não enviar cerca de 1200 Judeus para o terrível destino a que estavam entregues: tudo isto a troco de muito dinheiro. Com o final da Guerra, Schindler passou a perseguido ao passo que os Judeus que ele ajudou a salvar passaram a ser homens e mulheres livres.

Steven Spielberg foi até ao fundo na forma de mostrar as atrocidades cometidas pelos Nazis durante a Guerra. Com uma qualidade típica de um documentário, ele consegue mostrar a violência e o horror da Guerra, da mesma forma que consegue demonstrar que o ser humano pode ser generoso e benemérito. Spielberg correu um risco enorme (entre outros) ao ter feito o filme a preto e branco, mas esse facto consegue ainda dar maior dramatismo e uma envolvência ainda mais impressionante com o espectador. A História, ele conta-a de uma forma nua e crua e profundamente dramática. Recordo-me ainda hoje da primeira vez que o vi, e recordo-me da realidade e veracidade com que o tema é tratado.


Sem evitar o choque, A Lista de Schindler é brilhante sob as mais variadas formas de olhar para um filme. Defeitos são muitíssimo difíceis (senão mesmo impossíveis) de encontrar: a fotografia (Janusz Kaminski) é poderosa: uma das imagens de quem me recordo de quando vi o filme pela primeira vez é a presença de uma criança vestida com um casaco vermelho: tremendo. Para dar mais ênfase ao realismo das imagens a banda sonora (John Williams) é fenomenal e emprega ainda mais dureza à película.

Em 1993, Spielberg (que já era bem considerado em Hollywood) saltou definitivamente para o palco onde se encontram apenas os melhores. 'A Lista de Schindler' é dos filmes mais galardoados da história e nesse ano arrecadou 7 estatuetas: Melhor Filme e Melhor Realizador e ainda as categorias de Argumento, Fotografia, Banda Sonora, Montagem e Direcção Artística. A esta infinidade de prémios temos ainda de juntar os 3 Globos de Ouro e várias outras distinções. O elenco é muito bem escolhido, e as performances de Liam Nesson, Ralph Fiennes e Ben Kinglsey são simplesmente arrasadoras.

Depois de rever ‘A Lista de Schindler’ fica-me a sensação de quão poderoso um filme pode ser, mesmo para quem o vê por uma segunda ou terceira vez. O final é simplesmente arrebatador, e a emoção de quem o vê está em níveis verdadeiramente impressionantes. Todo o filme é digno de si próprio: brilhante e fenomenal poderá não ser suficiente. Ficará certamente para sempre como um marco incontornável na história do Grande Ecrã.

Nota: 10/10

6 Comments:

At 11:09 da manhã, Blogger 1entre1000's said...

é um marco do cinema este filme, sem duvida!!!

 
At 12:06 da tarde, Blogger Maria said...

Um filme intenso no qual se experimentam todo o tipo de emoções. Muito bom, mesmo!

Bjs

 
At 12:56 da tarde, Blogger Rita said...

amei o pormenor da menina com o casaco laranja. : )

 
At 1:20 da tarde, Blogger fpcardoso said...

A ver filmes até às tantas da manhã num dia de semana... tsc tsc tsc... Vai trabalhar malandro!

 
At 10:45 da manhã, Blogger CPrice said...

um dos muitos que me marcou. Acima de tudo pela autenticidade .. e dolorosa realidade. Sim .. aqueles pedaços de história fazem parte da nossa história ..
Boa recordação esta Mr. Absolut .. obrigada.

 
At 12:31 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Grande filme Martunis!

 

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