Countdown...
Chegados ao final de mais um ano, chegados á altura de fazer o sempre habitual balanço. Altura de olhar para trás e ver o que aconteceu, o que passou, o que ficou, o que faltou e o que ficou por fazer. Altura não de lamentar, mas sim de avaliar opções e escolhas. Altura de parar para pensar e reavaliar. Altura de mudar agulha, virar o disco e tocar outra música. Altura de virar uma nova página e seguir em frente.
Nesta altura olhamos para trás e encontramos sempre coisas que se pudéssemos, apagávamos do calendário. As coisas acontecem porque têm mesmo de acontecer, e quanto a isso não há nada a fazer. Como disse, não é altura de ficarmos a lamentar termos feito isto ou aquilo, termos agido desta ou de outra maneira. As escolhas são feitas na hora, e quando as fazemos, fazemo-lo porque julgamos que são as melhores e é nessa condição que devem igualmente ser avaliadas. Se na realidade foram ou não as melhores opções e estratégias…isso fica para não se fazer segunda vez: pelo menos há que aprender.
Ao longo destes 12 meses, apesar de tudo ainda muita coisa aconteceu. Muitos chegaram, muitos mais partiram e alguns que permaneceram. Entradas e saídas, aqui e lá fora foram mais que muitas. Algumas boas surpresas, outras agradáveis confirmações, ainda outras que não passam de meros ventos que tão depressa se vão como vieram. A esses não se lhes dá importância…aconteceram coisas boas, algumas muito boas, algumas más e outras tristes e indesejáveis. Algumas fizeram rir, outras chorar, algumas mais suspirar e outras não despertaram sensação nenhuma. Sorrisos foram partilhados, alegrias contadas e vividas. Tristezas também as houve, mas as coisas menos boas só nos devem fazer mais fortes, e por muita dor que possam causas só devem ser olhadas assim.
Neste finalzinho de 2007 agradeço aos que estiveram, aos que quiseram estar, aos que tentaram mas não conseguiram, aos que puderam, aos que fizeram acontecer, aos que apoiaram, aos que viveram e fizeram viver, aos que se mantiveram e aos que chegaram, olharam e ficaram. Agradeço igualmente a todos os outros, principalmente aos que não o fizeram porque não quiseram. Agradeço ao A., ao V, à J. e à A. e outros, pelas grandes e quiçá inesquecíveis noites nesse mítico local que dá pelo nome de Tókyo. Ao P., ao outro P. e ao Z. pela agradável vizinhança na Catedral, ao F., ao H., ao G. e aos outros pelas disputas e picanços de PES (6 e 2008); á malta das jantaradas no Chez Edmundo e Chefe Nando, ao P., ao N. à R e á E. pelas sempre mui divertidas noites de jantares e palhaçadas pós-graduativas; ao PB., ao NP, à MG. e 'Last but not Least', à MP. !!!!! (logicamente, não podia faltar...) pela companhia e pelo incentivo nas horas de maior aperto e esforço, e pela companhia nas pedaladas (fica aí uma música lá em ‘baixo’..’MOVE IT!!!!); ao V. por sorrir e fazer sorrir todos os que estão de volta dele. Aos não enunciados aqui, também cá estão. Agradeço a todos os que não se esqueceram, aos que se lembraram e fizeram questão disso, e aos que fizeram sempre por lembrar.
A todos o meu obrigado, e até já. Já falta pouco.
PS. Entretanto vou até ao Norte passar os últimos dias de 2007 e voltarei já no Novo Ano.
O Espírito Continua...
"Where did we come from?
Why are we here?
Where do we go when we die?
What lies beyond
And what lay before?
Is anything certain in life?
They say, "Life is too short,"
"The here and the now"
And "You're only given one shot"
But could there be more,
Have I lived before,
Or could this be all that we've got?
If I die tomorrow
I'd be all right
Because I believe
That after we're gone
The spirit carries on
I used to be frightened of dying
I used to think death was the end
But that was before
I'm not scared anymore
I know that my soul will transcend
I may never find all the answers
I may never understand why
I may never prove
What I know to be true
But I know that I still have to try
If I die tomorrow
I'd be allright
Because I believe
That after we're gone
The spirit carries on
"Move on, be brave
Don't weep at my grave
Because I am no longer here
But please never let
Your memory of me disappear"
Safe in the light that surrounds me
Free of the fear and the pain
My questioning mind
Has helped me to find
The meaning in my life again
Victoria's real
I finally feel
At peace with the girl in my dreams
And now that I'm here
It's perfectly clear
I found out what all of this meas
If I die tomorrow
I'd be allright
Because I believe
That after we're gone
The spirit carries on"
'The Spirit Carries On' - Dream Theater - (John Petrucci)
Good Vibrations...
Apeteceu-me...há dias assim: quando elas vêm não há nada a fazer. Não há como fintá-las, evitá-las ou fingir que não estão lá. Só há uma coisa a fazer mesmo...é agarrar na prancha e seguir na onda...!!!! E a música cai que nem ginjas...vamos embora!!!
Atmosphere - Joy Division
(banda sonora para terminar o Post anterior sobre 'Control')
'Walk in silence,
Don't walk away, in silence.
See the danger,
Always danger,
Endless talking,
Life rebuilding,
Don't walk away.
Walk in silence,
Don't turn away, in silence.
Your confusion,
My illusion,
Worn like a mask of self-hate,
Confronts and then dies.
Don't walk away.
People like you find it easy,
Naked to see,
Walking on air.
Hunting by the rivers,
Through the streets,
Every corner abandoned too soon,
Set down with due care.
Don't walk away in silence,
Don't walk away.'
'Atmosphere' - Joy Division (Ian Curtis)
Control
Antes de mais tenho de confessar que não conhecia muito da história pessoal de Ian Curtis e do início da carreira dos Joy Division. Que tinha falecido muito novo e em circunstâncias pintadas de uma tragédia profunda e que tinha deixado uma marca muito vincada no mundo da música, eu sabia. Mas ao contrário de outros mártires do rock (relembrando para o exemplo Jim Morrison e Kurt Cobain) o fim da sua vida não se revestiu de contornos ligados ao excessivo consumo de álcool e drogas. O que leva ao término da vida de Ian Curtis é algo bem mais complexo e mais distante do que esse cenário tantas vezes visto e revisto com grandes nomes da música. E depois de visto ‘Control’, consegui perceber esse mesmo cenário…
Anton Corbijn realiza um filme que é um autêntico documentário sobre a vida do vocalista de uma das bandas mais marcantes do início dos anos 80. Até aqui, Corbin tinha-se destacado sobretudo pela sua carreira como fotógrafo e sobretudo pelo trabalho realizado junto de bandas como Depeche Mode, Nirvana ou U2. Assumido como um fã acérrimo da música dos Joy Divison, não é então de estranhar que a sua estreia se tenha dado com um filme destes, baseado no livro escrito pela viúva de Ian Curtis (‘Touching form a Distance’). Não interessa muito estar a desfilar pormenores do filme nem da história de Ian Curtis. Ele morre com 20 e poucos anos mas no entanto deixou uma marca inabalável no mundo da música.
O que é de destacar no filme é a altíssima qualidade da realização…apesar de ser uma estreia no grande ecrã,
Corbin tinha já uma experiência assinalável na realização…de videoclips. O que mais impressiona em
‘Control’ é o realismo das imagens e a angústia que transparece do desempenho de
Sam Riley (
Ian Curtis),
Samantha Morton (
Deborah Curtis) e
Alexandra Maria Lara (
Annik Honore). A complexidade de razões que o levam ao total desespero (e à morte) é realmente grande, mas esta parece transparecer totalmente quando passada para o ecrã graças ao trabalho de
Corbijn e dos actores. O facto de ter sido filmado a preto e branco apenas vem dar maior realismo e sensação de veracidade a algumas cenas, quer fossem de concertos dos
Joy Divison, da relação com a mulher ou com a amante ou até das impressionantes cenas em que se retratam os inúmeros ataques derivados da sua doença: Epilepsia.
Logicamente que a música dos
Joy Division é também retratada ao longo do filme, mas a sua utilização em determinadas cenas chave é de realçar. O tema
‘She’s Lost Control’ é ouvido quando começam as discussões entre o casal, o clássico
‘Love Will Tear Us Appart’ quando Curtis vê o seu casamento a desmoronar-se,
‘Isolation’ quando perto do fim ele se vê sozinho e sem saber que caminho tomar e finalmente no final do filme a inclusão de
‘Atmosphere’ é simplesmente brilhante.
Curtis liberta-se de todos os problemas que o atormentam e deprimem, mas desaparece: ao som deste tema, fica a imagem do fumo negro saído do crematório.
Não há muito mais a dizer. Apenas e só que é altamente recomendável, mesmo para os que não sejam especialmente fãs da banda e/ou da pessoa que aqui é retratada. Podia ser apenas um filme…é mais: é história. ‘
Control’ é bom, muito bom e para filme de estreia de
Anton Corbijn é de assinalar a letras douradas.
Em Exibição
Nota: 8,50/10
Só para abrir a pestana...
Chegamos a Sábado, e este é o dia em que supostamente uma pessoa dorme até tarde, acorda a más horas, e passa (pelo menos) o inicio do dia sem fazer nenhum...
...pois bem; decidi eu contrariar as regras e ás 8h30 da matina já estava a pé e prontinho para o que aí estava para vir. Só assim para abrir a pestana comecei o dia com uma hora disto…
…e como se não bastasse, ainda continuei o 'tratamento', com mais
uma hora disto...
Parece muito não é? Mas acreditem que foi apenas e só para abrir a pestana, aquecer o espirito e ganhar ritmo e sobretudo coragem para outro desafio que se adivinha muito maior e muito mais difícil; algo que só não se evita porque é daquelas coisas que por muito que se tente, vem sempre ter connosco...o que tem muita força tem mesmo de ser: os Centros Comerciais e as compras de Natal. O Drama, a Tragédia...o Horror!!!
Vamos embora...
Soulbizness
Este post já devia ter sido publicado há algum tempo, mas por uma razão ou outra fui deixando sempre para depois, e afinal acabei por nunca o fazer; mas como mais vale tarde que nunca, cá vai...
Pela altíssima qualidade da música que fazem, estes meninos (e meninas também!!) já mereciam há muito uma referência aqui neste espaço. Há coisa de um mês fui (finalmente!!) ver um concerto deles ali na Restart, no Parque das Nações...eles já me tinham dito para os ir ver ao vivo, mas a ocasião nunca se tinha proporcionado; desta não podia faltar...e ainda bem que fui. Estava assim uma noite chuvosa e com vento...em suma: uma daquelas noites em que normalmente se fica em casa a ver um qualquer Dvd e a 'enfardar' batatas fritas, pipocas, amendoins ou outra 'iguaria' desta calibre. Lá me fiz ao caminho e fui à descoberta desta nova banda que (segundo palavras do próprio Rodrigo) "não era muito a minha praia"; mas eu tinha de ver e ouvir por mim próprio.
O Espaço era relativamente pequeno, mas estava muito bem composto e a malta estava expectante e (algo) ansiosa pela subida dos meninos (e meninas!!) ao palco. O que atrás vem referido como não sendo "a minha praia" prende-se com o som que eles tocam, e com as influências (algumas mais que outras) deixam transparecer na sua música; é certo que caio mais para o Rock (onde incluo o seu lado mais pesado), mas estou sempre atento a novos projectos...e quando têm a qualidade deste nem se fala. Os Soulbizness identificam-se como descendentes de artistas como Stevie Wonder, Prince, Ed Motta, ou de algo mais diferente como os Clash, aos quais eu juntaria ainda laivos de Jamiroquai e porque não também de Beck. Alternando entre o movimento Punk, o Hip-Hop, o Soul, o R&B e o Funk, presenciei um concerto muito refrescante e altamente contagiante: na sala ninguém deixou de dar 'o pézinho' e quem sabia de cantarolar as musicas umas atrás das outras.
No palco 7 pessoas vão 'largando gás' e fazendo um grande espectáculo. Começando pelo Rodrigo que me surpreendeu pela capacidade de estar em cima do palco e de para além de cantar, também ser um excelente vocalista (o que não é a mesma coisa). A criação dos Soulbizness está a seu cargo e de Filipe Campos (Guitarra), mas a presença de João Rocha (Bateria) e de Gonçalo Sousa (Baixo) encaixam na perfeição assim como a de Rogério Nunes (teclas); e a dupla de vozes feminina (Inês Gonçalves e Ana Gomes) dá ainda melhor 'cara' a este grupo de músicos que em cima do palco fazem uma enorme festa, sempre muito alegre. Neste concerto (ao que parece), a forma apresentada não foi a melhor, (dizem eles)...o meu comentário na altura foi somente este: "se este não foi 'grande coisa' então não consigo imaginar o que será para vocês um grande concerto de Soulbizness", mas adiante.
Para quem ainda não os conhece sempre pode ir espreitando o espaço deles no
Myspace, e ouvindo algumas músicas. Vão ficando atentos porque eles andam aí, são de qualidade e recomendam-se. Ainda antes do final do ano, vão demonstrar mais uma vez o que valem. Não esquecer que vencer o Tmn Garage Sessions não é para qualquer um...parece-me que diz muita coisa. Recomenda-se!!!!!
The Special One (2)
É Oficial: afinal o
'Special One' José Mourinho recusou a proposta da
Federação Inglesa para se tornar no treinador da Selecção daquele país. Ao que parece, a proposta consistia em
25 milhões de euros (!!!!!!!) em quatro anos, mais uma série de 'exigências'...que nem o
'Mister' Eriksson conseguiu combater: entre eles, o facto da
FA não ter departamento médico próprio e exclusivo...mas isso são pormenores que não interessam assim muito. O que estava em cima da mesa eram mesmo
25 milhões de euros pelo contracto: "Hmmmm....deixa ver; 25 milhões??Naaaa...hmmmm, parece-me pouco, vou dizer que não; prefiro andar mais 6 meses a comer choco frito e a andar à pêra com os colegas dos meus filhos e em Julho vou treinar o Milão; come-se melhor em Itália". Enfim...pelo menos esta recusa tem o condão de deixar o cargo livre para o
'Socolari': afinal de contas o
'Treinador defensor do Povo Cigano' já tinha desistido de se tentar fazer ao lugar...a esta hora deve estar ele a pensar:
"O cara recusa uma proposta de 25 milhões de euros....e o Burro sou eu? O Ruim sou eu????Gnnnnnnnn.....Gnnnnnnn". Pode ser que seja desta...Levem o homem daqui...please!!!!!
Cidadão Revoltado...
"(...) proteges os cidadãos quem, tu? Proteges mas é os tomates é o que tu proteges pá...ta bem ta, meu badocha(...)"
Scorpions - Pavilhão Atlântico
Foram quase 10 mil, as pessoas que encheram a versão ‘curta’ do
Pavilhão Atlântico em Lisboa, ontem. Dessas 10 mil, quase todas foram na espectativa de ver subir ao palco os
Scorpions baladeiros de ‘
Still Loving You’, ‘
Wind Of Change’, ‘
When The Smoke is Going Down’ entre outras…as restantes (poucas) foram na esperança vaga de ver em concerto os
Scorpions de ‘
Big City Nights’, ‘
The Zoo’, ‘
Bad Boys Runnig Wild’ ou ‘
Rock You like an Hurricane’. De facto, a banda alemã que anda por cá há mais de 40 anos, é muito mais do que uma banda de baladas melódicas prontas para serem cantadas em uníssono por milhares de pessoas. Do seu cardápio fazem parte grandes malhas, alguns verdadeiros hinos do Hard Rock. Ontem em Lisboa, o quinteto (que agora já não é 100% alemão) fez questão de agradar a gregos e troianos, tocando de tudo um pouco.
Pouco passava das 21:30, estávamos nós a olhar para o relógio (vá….há que dizer que era mais para saber se o
Benfica tinha acabado e se tinha ganho ou não – ganhou mesmo o que melhorou a disposição para o concerto), quando as luzes se apagaram e se ouviram os primeiros sons do novo álbum.
‘Humanity Hour’. Ao som do poderoso
‘Hour 1’ os
Scorpions deram inicio a um excelente concerto, e sem que se perdesse a ‘pica’ seguiram de imediato para o primeiro ‘clássico’ da noite: ‘
Bad Boys Running Wild’. Aliás, o álbum ‘
Love at first Sting’ (talvez o melhor da banda) foi sem dúvida o mais revisitado….é que (e pegando nas palavras do 'pequeno grande'
Klaus Meine), o concerto servia para promover este último disco e logicamente para tocar muitos, muitos clássicos; e foi isso que eles fizeram.
Depois de uma boa meia hora em grande estilo, ao som dos melhores riffs pesados que
Rudolph Schenker e Matthias Jabs conseguiam tirar das suas guitarras, lá tiveram de vir as baladas. É verdade que a maioria das pessoas que lá foram, fizeram-no em grande parte por estas “musiquetas”. Enfim…a malta até gosta (vá lá…suporta) de ouvir um ‘
Send me an Angel’ ou um ‘
Holiday’ mas as duas seguidas parecia já melodrama a mais…ainda por cima, decidiram ingressar no novo álbum…mas para tocar mais uma
pseudo-balada-para-a-qual-ás-vezes-já-não-há-paxorra (‘
Humanity’). Uma por si só…tudo bem; três baladecas assim seguidas de fininho, parece demais…mas o povo gosta. Aqui…quando
Klaus Meine estendia o micro para o público, ouvia-se o coro…feminino, diz tudo...mas enfim. A verdade é que as 3 baladas cortaram um pouco o alto ritmo que o concerto trazia…e que só voltou bem mais á frente quando vieram os solos: primeiro o baixista (que pelo meio deu uns acordes de ‘
Enter Sandman’ dos
Metallica), mas sobretudo o baterista…
James Kottak deu um verdadeiro show como há muito eu não via. Durante uns bons 10 minutos fez o que quis da bateria, brincou como lhe apeteceu, e o mais incrível é que o público todo gostou já que lhe prestou uma ‘standing ovation’ à moda antiga. Brilhante!!!!!
Dado o show pessoal, voltaram os outros 4 e siga que a máquina do rock estava a arrefecer, e para estes senhores, por muitos anos que passem, não há maneira de apagar aquela mania de tocar grandes rockalhadas, cheias de solos e riffs a partir entremeadas com refrões orelhudos que aqui e ali alguém ia cantando em conjunto. Só assim, ‘Blackout’, ‘Big City Nights’ e 'Dynamite’, iam dando cabo dos ouvidos de quem tinha ido apenas para as baladas. Mas eles ainda não tinham acabado…naturalmente. Apesar de tudo, esta é uma grande música (intemporal) e um concerto de Scorpions sem o mítico ‘Still Loving You’ não é concerto de Scorpions que se preze. Mais uma vez voltaram os poucos isqueiros e os milhares de telemóveis a brilhar no ar, e as gargantas (aqui do público em uníssono) a cantar o refrão de uma música que esteve para cima de meio ano em número 1 da tabela deste pequeno país aqui à beira mar plantado. Muito bem…o que para mim era escusado era ainda terem espetado com ‘Wind of Change’ a seguir…é digamos que evitável. Mas para que o concerto não acabasse assim…'fraquinho’, toca de atirar pró lado a guitarra acústica e sacar os acordes de ‘Rock You Like an Hurricane’. Há que dizer, que toda a gente estava rendida (ou perto disso) e demonstrou-o cantando o refrão com Meine. Mas como se costuma dizer, “não se pode elogiar, que fazem logo uma asneira qualquer”…PUMBA: toma lá mais uma baladazita só para encher a barriga antes de ir para casa: meia dúzia de musiqinhas de levantar isqueiros e luzinhas no ar para uma banda de Hard-Rock parece-me um enorme exagero mas enfim…eles lá sabem.
Foi giro….apesar de tudo, o concerto foi muito bom, e foi engraçado ver que o público maioritariamente se enquadrava numa faixa (diria eu…) entre os 30 e os 40 anos; alguns mais velhos ainda, outros (muito poucos, mais novos). À Saída as pessoas pareciam satisfeitas…no que me toca, gostei bastante: ouvi muito e bom rock, e só me fico por aqui pelas miseráveis condições acústicas do Pavilhão Atlântico para concertos deste estilo. As únicas músicas que se percebem com mais clareza são precisamente as que menos queria ouvir: as tais baladas-de-levantar-isqueiros-e-ouvir-gajas-a-cantar. As grandes rockalhadas surgem com guitarras, bateria e baixo tudo ao monte, e a voz lá muito ao fundo de quando em vez se consegue distinguir. É pena, porque uma banda com todos estes hinos do Rock, merecia mais…e muito melhores condições. Fica guardado na mesma.
Nota: 7/10