domingo, janeiro 28, 2007

III CONCERTO DA APCL – José Cura e convidados

Foi antes de mais um concerto especial. Tratou-se de um espectáculo organizado pela Associação Portuguesa contra a Leucemia, visando a angariação de fundos para o combate à doença.

O Pavilhão Atlântico foi a sala escolhida para o evento, e o maestro e tenor José Cura, foi o cicerone e figura central do espectáculo: ao seu lado actuaram inúmeras figuras de vários quadrantes musicais e vários continentes. Sempre acompanhado pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, na primeira parte, José Cura, interpretou a solo temas de Puccini, Leoncavallo, Shumman, Rachmaninov e Listz: nesta com a participação (espectacular) ao piano de Domingos António.

Após o intervalo vieram os convidados: assinale-se as presenças de Lauren Marginson, Rui Veloso, Luís Represas, Glauco Venier (no piano), e Luz Casal: a sua actuação foi deveras arrebatadora. A presença em palco já seria por si só de enormíssimo valor, mas as circunstâncias em que actuou, deram-lhe ainda mais brilho: Luz Casal tinha sido submetida a uma operação a um Cancro da mama poucos dias antes deste concerto: ainda assim, ela cantou e encantou o Pavilhão Atlântico, não se inibindo a partilhar a sua dor: ‘há poucos dias que também faço parte deste colectivo’”·

Numa anterior presença em Portugal, José Cura foi “acusado” de ser pouco simpático e pouco comunicativo, mas na passada 5ª feira, dissipou toda e qualquer dúvida, e mesmo tendo em conta a dureza da causa, o maestro e tenor, conversou bastante com o público (que não era em grande número), e inclusivamente ‘brincou' de quando em vez, ajudando a descontrair a ambiente e os presentes.

Foram largos momentos de música e grande espectáculo, entre o belo e o muito bonito. Actuações de vários músicos, que tendo sempre a Orquestra Sinfónica Portuguesa por detrás, oscilaram entre a música clássica, a ópera e até o Jazz. A finalizar, José Cura (que cantou, e dirigiu a orquestra – em dois temas), interpretou ‘Nessum Dorma’, tornado famoso por Luciano Pavarotti, e o público respondeu-lhe com uma ovação de pé.

Pena, foi o Pavilhão não estar cheio, e quando José Cura se preparava para ‘iniciar o fecho’ do espectáculo, muitos já se dirigiam para as portas da saída. É certo que no dia seguinte seria dia de trabalho…mas sair a meio de um espectáculo desta envergadura não se faz…muito menos quando o senhor que está no palco se chama José Cura. Até o próprio, quando viu a debandada do público, lançou a farpa, que pelo menos teve o efeito de fazer sorrir os que ainda estavam sentados, e de parar a caminhada dos que se dirigiam para a rua.

Grande concerto. Muito Bom. Nota: 8,5/10