terça-feira, janeiro 23, 2007

Match Point

Em época de estreia do último filme de Woody Allen, decidi aproveitar uma reposição numa sala bem conhecida de Lisboa (Quarteto), e ver o seu anterior trabalho – Match Point. Desde logo a película desmarca-se da esmagadora maioria dos seus trabalhos (tanto como actor como realizador) : desde logo porque não tem Woody Allen como protagonista nem sequer tem Nova Iorque como cenário. A história, essa passa-se toda em Londres e noutros locais de Inglaterra.

Chris Wilton (Jonathan Rhys Meyers), é um ex-tenista profissional, que aparece em cena como instrutor da modalidade num clube da alta sociedade britânica. Tom Hewett(Mathew Goode) torna-se num dos seus primeiros alunos, e os dois rapidamente estabelecem uma forte empatia, criando de forma quase automática laços de amizade bastante fortes…não só com o seu aluno, como também com a sua irmã. Chloe (Emily Mortimer). Chris e Chloe tornam-se bastante próximos, e o professor de ténis, mercê da sua nova relação, deixa as aulas e passa a trabalhar numa das empresas do Pai de Chloe, conquistando um estilo de vida com o qual tinha sonhando desde há bastante tempo. Os ‘problemas’ na história começam quando Chris conhece Nola (Scarlett Johansson), a noiva do seu amigo Tom. A atracção entre os dois é imediata, e a linha que a separa de uma obsessão é muito ténue e vai obrigar Chris a fazer uma escolha que poderá mudar a sua vida para sempre.
No inicio do filme, a imagem da bola de ténis que bate na tela, e que tanto pode cair para um lado como para o outro do court, é o espelho do enredo em que Chris se vê envolvido. As decisões que tomamos dia-a-dia, tomam o curso que têm que tomar….e por vezes o destino dos seus decisores, é ‘escrito’ como se costuma dizer, por uma unha negra. Às vezes não basta estar no sítio certo à hora certa, ou ter muito talento: a sorte e o acaso por vezes até têm maior peso do que o restante.

A linha que divide o rumo que a vida toma, é muito ténue e pode facilmente ser quebrada. Mas ás vezes até o maior deslize, pode não ter peso nenhum. A história está bastante bem construída, e o desempenho dos actores dá outra dimensão a este filme. Pessoalmente não foi o filme que mais gostei de Woody Allen; mais habituado à comédia, este filme também aí foge ao que fiquei habituado deste brilhante actor/realizador. Ainda de referir que, também a banda sonora é muito diferente daquilo que Allen nos habituou em inúmeros dos seus filmes: o Jazz dá lugar à Ópera e neste plano, a música confere outro espírito mais intimista e sério.
Nota: 7,5/10

PS...Foi um bom aperitivo para ‘Scoop’, o seu novo filme, já em exibição nas salas portuguesas.

2 Comments:

At 1:46 da tarde, Blogger Marta said...

Amei o Match e tb estou ansiosa pelo novo filme. :) Olha lá, que coincidência... Vais estar na BTL? "Donde"? :)

 
At 1:34 da tarde, Blogger André Sousa said...

O "Scoop" não é tão perfeito como o "Matchpoint" mas os desempenhos de Scarlett Johannsen e Woody Allen (a fazer dele próprio claro)valem bem a ida ao cinema...

 

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