segunda-feira, fevereiro 26, 2007

And The Oscar Goes To...

Noite de 25 para 26 de Fevereiro, já a hora ia adiantada quando dei por mim, em frente à Televisão, a seguir a cerimónia de entrega dos Óscares como se não houvesse amanhã. E devo desde já dizer que o tempo foi muito bem empregue.

Mas, lançando-me naquilo que é mais importante nesta noite de Gala, tiro já o chapéu e aplaudo o anteriormente 5 vezes nomeado (e sempre derrotado) Martin Scorsese. O veterano realizador- conhecido por outras obras como 'A Cor do Dinheiro’, ‘ Tudo Bons Rapazes’, ‘Cabo do Medo’ ou ‘Gangs de Nova Iorque’ conseguiu finalmente a tão almejada e mais do que merecida estatueta. Aliás, ‘Departed – Entre inimigos’ (Para mim, o melhor filme de 2006) foi o grande vencedor da noite: recolheu as preferências dos votantes em 4 categorias. Para além do prémio de melhor realizador, ‘Departed’ venceu como ‘melhor filme’ (derrotando o premiado nos Globos de Ouro ‘Babel’), e nas categorias de melhor argumento adaptado e melhor montagem.



No que toca às interpretações, a gala decorreu sem surpresas de maior. Os super favoritos Helen Mirren e Forest Whitaker, receberam o Óscar nas categorias de actores principais: Mirren pela sua performance em ‘A Rainha’ e Whitaker pelo desempenho em ‘O último Rei da Escócia’. A surpresa veio na categoria de melhor actor secundário: quando todos esperavam que Eddie Murphy subisse ao palco pelo seu papel em ‘DreamGirls’, foi o veterano Alan Arkin quem ficou com o galardão, pela sua performance no excelente e hilariante ‘Uma família à beira de um ataque de nervos’, filme que venceu o prémio de ‘melhor argumento original’. Do lado feminino, sem surpresas, Jennifer Hudson levou para casa a estatueta pelo papel em ‘Dream Girls’.

No campo dos filmes de animação, ‘Carros’ foi completa e surpreendentemente ultrapassado por ‘Happy Feet’. Uma divertida comédia com Pinguins dançantes e sempre cheios de vontade para cantar. Pela positiva, há que destacar o documentário Uma verdade Incoveniente’: protagonizado pelo ex-Vice Presidente do EUA e ex-Candidato à Casa Branca Al Gore, a película recolheu os votos para ‘Melhor Documentário’ e melhor canção original - "I Need to Wake Up" (Melissa Etheridge), numa demonstração da mudança de mentalidades e preocupação pelas questões ambientais.

Nestas coisas de premiados e nomeados, há sempre os que ganham e os que perdem. Nesta edição dos Óscares, os grandes derrotados foram ‘Dream Girls’ e ‘Babel’: este, um dos favoritos da noite em várias categorias venceu apenas na destinada à ‘Melhor Banda Sonora Original’.

Ao longo de várias horas de emissão, vimos as maiores estrelas do grande ecrã darem asas ás emoções: umas sorriram pela vitória, outras encolheram os ombros pela derrota, e outras ainda soltaram alguma emoção na altura dos discursos. Vimos inclusivamente, 4 dos maiores realizadores de Hollywood juntos no palco ao mesmo tempo: "Verifiquem o envelope, se faz favor", pediu o enfim premiado Scorsese a Steven Spielberg, George Lucas e Francis Ford Coppola que lhe entregaram a estatueta. Foi em suma, um grande espectáculo, com momentos variados: entre o alegre e o mais sério, vagueando entre o descontraído e o mais ‘protocolar’, a comediante Ellen Degeneres foi conduzindo a seu belo prazer a 79ª edição dos Óscares da Academia de Hollywood…

…as estatuetas douradas de Hollywood voltam em 2008.

Black Jack - 1997

Grandes recordações dos Black Jack...já lá vão dez anos

'Eu estava perdido
Até tu me olhares
Eu estava escondido
Até me encontrares'

'Numa noite escura
Parecias tão Pura
Nua....'

'Foste tu
Tu e só Tu
Que me estendeste a mão
E me pediste Perdão...'

'Foste tu
Tu e só Tu
Que me estendeste a mão
e me abriste o coração'

'Tu...' - Black Jack (Gingão)

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Pecados Íntimos

Confesso que pelo que tinha lido, e ouvido do filme julgava que iria encontrar uma obra um pouco diferente: algo que fosse psicologicamente mais duro. Ao invés, vi um filme com uma base de sentimentos que revelam a criança que pode haver dentro de todos os personagens.

Por um lado, mostra-nos a realidade ao estilo ‘Donas de Casa desesperadas’: as mães que passam o dia com os filhos, imaginando e falando da vida dos outros, imaginando-se como sendo outro/a: elas imaginam e desejam o jovem Pai que aparece diariamente no Parque Infantil, mas quando a amiga se aproxima e consegue ficar com ele, elas mostram uma revolta e viram-se contra ela por esse mesmo facto, denotando uma certa inveja.


Por outro lado, revela-nos uma outra realidade ao estilo ‘Beleza Americana’ com as fantasias misturadas com a vida real, numa relação perigosa e por vezes explosiva. Mais uma vez, entra em cena o jovem Pai, que nunca deixa de ser o adolescente que já foi, despreocupado com as responsabilidades da vida adulta, e sempre tentado a uma vida mais de risco e perigo. Ainda a jovem mãe, que se consegue aproximar e conquistar este ‘príncipe encantado’, faz sair de si, a mulher casada desde cedo e que parece ter deixado por viver algumas experiências de uma juventude a ser ultrapassada pelo tempo.

A própria personagem do Psicopata, mostra uma mente infantil e perturbada, que muito apoiada na figura da mãe (assim como a esposa do jovem pai que procura muitas vezes a ajuda e o apoio da sua mãe), se desequilibra sempre que se vê longe ou na ausência da figura materna.

Baseado num romance de Tom Perrota, ‘Pecados Íntimos’, mostra-nos um conjunto de histórias dos subúrbios de uma cidade americana. Os personagens cruzam-se em piscinas, parques infantis e outros locais públicos de forma tão próxima que por vezes se torna até perigosa. Perante esta teia de relações e figuras, onde a imagem da dicotomia Infância-Idade Adulta está sempre presente, e patente em todas as pessoas.

Kate Winslet (Sarah), mostra-se mais uma vez uma excelente actriz, e acima de tudo alguém que escolhe com algum cuidado os papéis que desempenha: pensando bem, desde a sua performance em ‘Titanic’ (há cerca de uma década) não me recordo assim com facilidade de outro qualquer filme grande que ela tenha feito. Patrick Wilson (Brad) mostra através do olhar, a vontade de ainda viver as ‘loucuras’ de uma juventude já passada, e Jennifer Connelly (Kathy), perante os problemas do seu casamento, corre para a ajuda da mãe.

Com 3 nomeações para os Óscares, ‘Pecados Íntimos’ é um belíssimo filme, pela base em que está assente. Sendo um filme ligeiro, é precisamente através do seu argumento simples mas muito bem construído, que o filme e os personagens ganham a força que dá destaque e qualidade ao filme.

Nota: 8/10

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Hannibal Rising


Em ‘O Silêncio dos Inocentes’ (Post Anterior), surge aquele que é ainda hoje, um dos maiores vilões do grande ecrã: Hannibal Lecter. Anthony Hopkins dá vida, provavelmente ao papel que lhe deu maior relevo na carreira, e que inclusivamente lhe valeu um Óscar. Lecter, é um Psicopata poderoso, misterioso e muito negro. Em ‘O Silêncio dos Inocentes’, Lecter é um elemento criador de constantes calafrios, e uma (senão a maior) razão pela qual o espectador fica agarrado á cadeira.

Sinceramente, não me parece que muita gente tenha pensado qual a razão que teria levado Lecter a ser assim como ele era. Não era essa uma questão patente no filme, nem sequer nas entrelinhas. Confesso que quando um filme é tão bom quanto foi ‘O Silêncio dos Inocentes’, a história deve parar por aí, e deve ficar na mente dos espectadores, a descoberta/construção de uma possível história ‘para trás’: neste caso, julgo que essa é uma das razões pelas quais Hannibal é um personagem tão ‘mítico’.

No entanto, o autor do livro que serviu de argumento ao filme, decidiu escrever uma “nova” etapa na vida do personagem. “Nova” entre aspas, porque este novo filme, é precisamente sobre Hannibal em novo…ou seja, para trás no tempo. Em ‘Hannibal Rising’, Thomas Harris, (autor do livro) dá-nos a conhecer as razões da revolta interior que levaram Lecter a ser o que é. Esta terceira parte (na verdade a primeira) da vida de Hannibal começa na época conturbada da segunda guerra mundial em que o jovem (lituano) se vê envolvido no terror da guerra e nas atrocidades que nessa altura de passaram. Daí até, ele se tornar num Psicopata….vai um ‘quase nada’. A revolta que se apodera de Hannibal, é de tal forma que ele vai até onde for preciso, fazendo tudo o que for necessário para se vingar do que lhe fizeram.

A história de vingança em si não é nova e já foi retractada noutros filmes. Logicamente, que estando ligada ao personagem em questão, fez-me olhar para este filme de forma diferente. Se visse ‘Hannibal Rising’ por si só e de forma isolada, diria que estava perante um excelente filme: duro, e por vezes até violento, e que pode por vezes impressionar os espectadores mais susceptíveis. Apesar de tudo, aconselho esta película, porque tem muita qualidade: apenas digo que se o personagem em questão fosse um qualquer novo, que não o ‘repescado’ Lecter’, provavelmente lhe daria outro valor.

Destaco logicamente, a performance de Gaspard Ulliel que é deveras impressionante a nalguns momentos doentia (marcante até pela ‘loucura’ que ele emprega ao papel) e de Gong Li (Lady Musaraki) com quem contracena.

Estreia 5ª Feira: 15/02/2007
Nota: 7,5/10

domingo, fevereiro 11, 2007

Silence of the Lambs

Ontem (re)vi mais uma vez, um dos grandes filmes da história do cinema. Baseado na obra de Thomas Harris, ‘O Silêncio dos inocentes’ está no topo dos Thrillers e dos filmes de suspense…certamente que haverá poucos críticos a não colocarem este filme nessa posição. O filme também é logicamente feito pelos seus actores, e nesse campo este filme é forte exemplo.

Jodie Foster deu um enorme passo na sua carreira com uma actuação brilhante: Clarice Sterling, é uma jovem agente do FBI a quem é entregue a tarefa de fazer o perfil psicológico de um psicopata detido há vários anos. A relação entre os dois é extremamente intensa, e o relacionamento entre ambos, algo estranho. Do outro lado está um ex-psiquiatra (Hannibal Lecter), que ao longo das várias conversas que vai tendo com Sterling vai aproximando a jovem agente de si próprio, dando em troca informações sobre o perfil e a pessoa de um outro psicopata, acusado de rapto e assassínio de várias vitimas.

Este filme marca igualmente a oportunidade que Anthony Hopkins teve, de dar corpo a um dos personagens mais assustadores da grande tela. O Psicopata Lecter, é misterioso e profundo, e daqueles que deixa o espectador com calafrios, em suspense e agarrado à cadeira cada vez que aparece em cena. Simplesmente genial e certamente uma das maiores perfomances de um actor de Holywood.

Na minha opinião foi um verdadeiro marco na carreira destes dois actores, e de certa forma, na história do próprio cinema. Este foi também um daqueles filmes, que pela sua intensidade (que não baixa de nível do inicio ao final do filme) devia ter ficado por aqui: apesar da baixa de qualidade para a ‘sequela’, ‘O Silêncio dos Inocentes’ vai ficar para sempre como uma das grandes obras da 7ª arte: afinal, não é qualquer película que leva 5 estatuetas dos Óscares para casa, entre os quais os de melhor actor, e melhor actriz.

Nota: 9,5/10

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Blood Brothers

Esta música não me saía da cabeça...ponho aqui parte dela

"There are times when i feel i'm afraid of the world
There are times i'm ashamed of us all
When you're floating on all the emotion you feel
And reflecting the good and the bad"

---

"Will you ever know what the answer to life really is?
Can you really tell me what life is?
Maybe all the things that you know that are precious to you
Can be swept away by fate's own hand"

Blood Brothers - Iron Maiden (Harris)

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

BUS

Se há coisa que tem sempre lugar neste blog, são os bons projectos e as boas ideias: esta é uma delas. Há poucos dias, fiz uma visita a uma Associação de Solidariedade Social que não conhecia: BUS (Bens de Utilidade Social), e gostei do que vi.

É certo, que esta não é uma ideia inovadora na sua génese, mas sim no seu conteúdo. Se associações há, que recolhem e distribuem alimentos por quem deles necessita, o BUS faz algo similar, mas com bens de utilidade doméstica: artigos de mobiliário, roupa de cama, electrodomésticos e outros objectos para a casa.

Oferecer/doar ao BUS, qualquer pessoa, empresa ou instituição o pode fazer. A associação agradece naturalmente que as ‘oferendas’ possam ser entregues nas suas instalações, mas se tal não for possível, existe uma estrutura montada para a recolha das mesmas.

Antes de mais, há que dizer que o BUS não faz distribuição dos bens recolhidos, a particulares. Ou seja…se uma família em nome particular se quiser ‘habilitar’ a ser contemplado com algum bem doado por esta associação, terá de se dirigir antes de mais a uma Associação ou colectividade social da sua zona, e solicitar que esta o faça em seu nome. Este é um ‘ponto de honra’ do qual o BUS não abdica...para não haver desigualdades nas doações de bens.

Resta apenas dizer que o BUS não tem quaisquer fins lucrativos. Os bens recebidos, são dados a quem deles necessita, sem qualquer custo para quem os recebe: é mesmo ‘dar por dar’, sem pedir nem esperar nada em troca. APLAUDO!

Para quem quiser saber mais/ajudar:
21 926 88 11
www.bensutilidadesocial.pt
geral@bensutilidadesocial.pt