terça-feira, fevereiro 20, 2007

Pecados Íntimos

Confesso que pelo que tinha lido, e ouvido do filme julgava que iria encontrar uma obra um pouco diferente: algo que fosse psicologicamente mais duro. Ao invés, vi um filme com uma base de sentimentos que revelam a criança que pode haver dentro de todos os personagens.

Por um lado, mostra-nos a realidade ao estilo ‘Donas de Casa desesperadas’: as mães que passam o dia com os filhos, imaginando e falando da vida dos outros, imaginando-se como sendo outro/a: elas imaginam e desejam o jovem Pai que aparece diariamente no Parque Infantil, mas quando a amiga se aproxima e consegue ficar com ele, elas mostram uma revolta e viram-se contra ela por esse mesmo facto, denotando uma certa inveja.


Por outro lado, revela-nos uma outra realidade ao estilo ‘Beleza Americana’ com as fantasias misturadas com a vida real, numa relação perigosa e por vezes explosiva. Mais uma vez, entra em cena o jovem Pai, que nunca deixa de ser o adolescente que já foi, despreocupado com as responsabilidades da vida adulta, e sempre tentado a uma vida mais de risco e perigo. Ainda a jovem mãe, que se consegue aproximar e conquistar este ‘príncipe encantado’, faz sair de si, a mulher casada desde cedo e que parece ter deixado por viver algumas experiências de uma juventude a ser ultrapassada pelo tempo.

A própria personagem do Psicopata, mostra uma mente infantil e perturbada, que muito apoiada na figura da mãe (assim como a esposa do jovem pai que procura muitas vezes a ajuda e o apoio da sua mãe), se desequilibra sempre que se vê longe ou na ausência da figura materna.

Baseado num romance de Tom Perrota, ‘Pecados Íntimos’, mostra-nos um conjunto de histórias dos subúrbios de uma cidade americana. Os personagens cruzam-se em piscinas, parques infantis e outros locais públicos de forma tão próxima que por vezes se torna até perigosa. Perante esta teia de relações e figuras, onde a imagem da dicotomia Infância-Idade Adulta está sempre presente, e patente em todas as pessoas.

Kate Winslet (Sarah), mostra-se mais uma vez uma excelente actriz, e acima de tudo alguém que escolhe com algum cuidado os papéis que desempenha: pensando bem, desde a sua performance em ‘Titanic’ (há cerca de uma década) não me recordo assim com facilidade de outro qualquer filme grande que ela tenha feito. Patrick Wilson (Brad) mostra através do olhar, a vontade de ainda viver as ‘loucuras’ de uma juventude já passada, e Jennifer Connelly (Kathy), perante os problemas do seu casamento, corre para a ajuda da mãe.

Com 3 nomeações para os Óscares, ‘Pecados Íntimos’ é um belíssimo filme, pela base em que está assente. Sendo um filme ligeiro, é precisamente através do seu argumento simples mas muito bem construído, que o filme e os personagens ganham a força que dá destaque e qualidade ao filme.

Nota: 8/10

8 Comments:

At 9:19 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Infelizmente a Kate Winslet teve sucesso demsiado cedo com Titanic, e vai ser sempre associada a esse papel, mas é uma excelente actriz. Ainda nos vai dar muitas surpresas. É verdade como foi Hannibal Rising?

 
At 12:05 da manhã, Blogger Martunis said...

O Hannibal?

Lê o Post em baixo...não é de antevisão: vi na ante-estreia! Gostei...não axei brilhante, tirando á claro a performance.

Sou da opinião que a origem do Hannibal e a raão de ele ser commo é, era o que lhe dava muita da dimensão que ele tinha.

Mas vale a pena ver...

Brg pela visita

 
At 1:16 da tarde, Blogger André Sousa said...

Este filme prometia muito! Mas torna-se maçador porque a meio começa a engonhar...no entanto o papel dos actores é excelente! Tem cenas muito fortes a nível de representação, mas os periodos mortos acabam por arruinar o filme.

 
At 3:16 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Mas quem é que quer saber dos teus comentários sobre filmes? Get a life.

 
At 3:34 da tarde, Blogger Martunis said...

Anonymous das 15.16:

Se ninguém quer saber dos meus post sobre cinema, porque é que vieste cá, e te deste ao trabalho de escrever um comment?

Por mim, volta sempre que quiseres: a porta está sempre aberta e não pagas para entrar, e nem sequer há consumo minimo.

Obrigado e até breve

 
At 11:53 da tarde, Blogger Maggs said...

uma vez terminado, ainda na sala de cinema, confesso que não me senti estonteada de espanto após o consumo da fita. mas, depois disso, na hora em que o pensei já sei imagem, é um filme que muito bem retrata a comum forma de se ser... humano. ou porque não se cresce, ou porque se cresce mal, ou porque nada basta... assustador, não?!

 
At 6:25 da manhã, Anonymous Anónimo said...

necessario verificar:)

 
At 12:57 da tarde, Blogger Martunis said...

Verificar o q?

 

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