sexta-feira, abril 27, 2007

Nessun Dorma

Já aqui foi a 'música da semana'...

Il Principe:
"Nessun dorma!... Nessun dorma!...
Tu pure, o Principessa,
nella tua fredda stanza
guardi le stelle che tremano
d'amore...e di speranza!

Ma il mio mistero
è chiuso in me,
il nome mio nessun saprà!
No, no, sulla tua bocca lo dirò,
quando la luce splenderà!

Ed il mio bacio scoglierà
il silenzio che ti fa mia!

Coro donne:
Il nome suo nessun saprà...
E noi dovrem ahimè, morir, morir!..."

Il Principe:
"Dilegua, o notte!
tramontate, stelle!
Tramontate, stelle!

All'alba vincerò!

Vincerò! Vincerò!"


'Nessum Dorma' (Luciano Pavarotti) - Giacomo Puccini

Ou então nesta outra versão


quarta-feira, abril 25, 2007

Cartoon


terça-feira, abril 24, 2007

Porque Sim!

De quando em vez sabe bem ver um filme assim como este: levezinho. Não provoca grandes emoções, mas também não levanta questões nem faz saír qualquer tipo de sensação depois de o ver. De vez em quando faz bem. Foi o caso…

Diane Keaton é uma Sr.ª Actriz com uma enorme história por detrás dela (quem não se lembra de a ver ao lado do Mestre Woody Allen em 'Nem Guerra nem Paz' ou 'Annie Hall' ?). Desta feita, surge-nos como uma mãe (Daphne Wilder), que solteira criou três filhas: a Psicóloga estável Maggie (Lauren Graham), a irreverente e sensual Mae (Piper Perabo) e a adorável mas instável e insegura Milly (Mandy Moore). É sobre esta última que se debruça o desenlace da película.



As duas mais velhas, com vidas estáveis, casadas e com família não são grande preocupação para Daphne. Mas no que toca à mais nova (Milly), é que a história já não é bem assim. Aqui aparece o elemento ‘mãe-galinha’ que se tenta meter na vida da filha: na tentativa de que ela não cometa os mesmos erros que ela própria, a Mãe tenta (desesperadamente) encontrar-lhe um par; o homem ideal para a vida.

Os dados estão lançados, mas apesar das boas intenções provocadas pelo ‘amor de mãe’, o caos sentimental instala-se em menos de nada. Daqui para a frente, ‘Because I Said So’ é (mais) um filme que não traz propriamente nada de muito novo. As piadas dão sempre para sorrir (e rir uma ou duas vezes é vero), e as cenas emotivas são um pouco previsíveis, mas enfim...

...de um filme destes não se espera nada de muito diferente daquilo que encontrei. Mas também não é preciso…a ‘piada’ do filme está precisamente em sabermos mais ou menos ao que vamos, e ainda assim vamos na mesma. Mas porque vamos…?

…Porque Sim!

Estreia 5ª Feira: 26/04/2007
Nota: 6,5/10


O trailer do filme

sexta-feira, abril 20, 2007

Visual DNA

Engraçado...


Pode ler-se mais aqui

quinta-feira, abril 19, 2007

Inland Empire

Antes de mais devo começar por dizer que sou um adepto dos filmes e do trabalho de David Lynch: ‘Mulholand Drive’ e ‘Lost Highway’, estão presentes na minha biblioteca de Dvd’s e fazem parte da minha lista de favoritos da 7ª arte. Foi com alguma sede de ver o seu novo filme que decidi embarcar em mais uma viagem pelo mundo louco de David Lynch…num comentário num outro ‘sitio’ dizia que era de ‘apertar o cinto’: pois bem…apertei muito bem o cinto e lá fui eu.

Inicialmente e como é habitual, nos primeiros 30/40 minutos do filme, ainda pensei que poderia estar perante um trabalho mais óbvio (se é que isso é possível nele) de David Lynch, em que fosse possível construir (ou pelo menos tentar) uma história. Mas foi como as equipas de futebol que correm durante meia hora e depois vão-se as forças e as pernas e é cada um para seu lado: foi mais ou menos assim. A partir desta altura, muito pouca coisa continua a fazer sentido.


Que David Lynch parece não conseguir (deve saber mas não quer) fazer um filme dito ‘normal’ com princípio meio e fim, já todos sabemos. Mas ‘Inland Empire’ extrapola tudo o que eu pensava ser possível fazer no grande ecrã. É certo que é possível pegar em partes soltas do filme, cortá-las, recortá-las, tirar um pouco daqui, um pedaço dali e mais um excerto doutra parte qualquer….mas isso fará tanto sentido quanto fazer outra coisa qualquer, ou até não fazer nada. Lynch não se preocupa em perguntar o que quer que seja ao espectador….apenas dá um bilhete para uma viagem ao seu sub-mundo verdadeiramente louco.

Cada pessoa tem os seus sonhos e quando acorda pode até pensar neles, mas dificilmente encontra um fio condutor lógico. Lynch coloca-nos em sonhos variados partindo todos da mesma cabeça, projectando imagens e fragmentos, ideias e pensamentos disparados em várias direcções, aparentemente sem qualquer sentido. É isso que torna interessante e estimulante o seu trabalho: pôr o cérebro a funcionar a um ritmo impensável, mesmo quando sabemos que vamos entrar numa sala para assistir a um filme dele.

'Inland Empire', é um vaivém impressionante, um constante vai e volta a uma velocidade incontrolável…a mesma cara em personagens diferentes numa mesma dimensão, ou a mesma cara em dimensões diferentes, paralelas, distantes ou até quiçá inexistentes.

São cerca de 3 horas de projecções, personalidades duplas, algum ocultismo e sobrenaturalismo, saltos no tempo (para a frente e para trás); são quase 3 horas de virar do avesso, e ver ao contrário, virar de pernas para o ar e ver (ou imaginar) de trás para a frente. Mantém-se (como era expectável) uma forma diferente de filmar (na verdadeira acepção da palavra), com um ar mais cru que emprega ao filme um ‘aspecto’ ainda mais insano.

Laura Dern (‘Blue Velvet’, 'Wild At Heart’ ou ‘Jurassic Park’) – Nikki Grace, ou Sue no filme, é alvo central de tudo o que se passa na tela. Seja no papel de actriz, de personagem, de mulher traída ou traidora, revoltada ou resignada, ela está um pouco por todo o lado, pintada de várias formas e vista de vários prismas: a sua performance é a todos os títulos excepcional e verdadeiramente marcante.

'Inland Empire' é David Lynch levado para lá da sua própria loucura: personagens estranhos, diálogos surreais, frases (aparentemente) sem sentido, planos que aparecem vindos do nada e que desaparecem com a mesma facilidade, como autênticos ‘pop-ups’. E o que dizer da aparição de Laura Harring e Natasja Kinski durante 2 ou 3 segundos na cena final do filme? E terminar o filme com Ben Harper de chapéu, cigarro na boca sentado ao piano ao som de ‘Sinnerman’ de Nina Simone? Haverá resposta para isto?



É simples…é David Lynch.

Nota: 9/10

terça-feira, abril 17, 2007

Is There a Time?



Letra da música aqui

segunda-feira, abril 16, 2007

Hotel Ruanda

Estamos em 1994, e o Ruanda é palco de uma atrocidade de proporções dificilmente imagináveis. Uma guerra de Etnias, levou à morte de quase um milhão de Tutsis em menos de 4 meses, por parte de milícias de etnia Hutu (a maioria da população do País). Dizer que perante um cenário destes, encontrar uma qualquer tábua de salvação, poderia parecer demasiado esperançoso, mas a verdade é que essa tábua apareceu, e graças a ela mais de um milhar de pessoas acabou por conseguir escapar aos horrores de uma guerra sem tréguas onde se cometeram autênticos massacres.

Em Kigali, um Hotel de Luxo (Mille Collines) é gerido por um homem de etnia Hutu: Paul Rusesabagina (Don Cheadle), é casado com Tatiana (Sophie Okonedo), uma mulher Tutsi. Devido á sua profissão, Paul é um homem que se movimenta bem, travando conhecimentos importantes entre os quais se encontrava o General Bizimungu (Fana Mokoena).

Aquando do despoletar dos conflitos Paul tenta proteger a sua família, compra favores para ir protegendo os seus vizinhos e alguns amigos, mas acaba por abrir as portas do Hotel para proteger refugiados Hutus e Tutsis. Dão por eles, praticamente sós, dado que as Nações Unidas apenas apareceram para retirar os estrangeiros (tratados como os ‘brancos’ no filme) e evacuá-los do País. À beira do colapso, tenta-se todo o tipo de socorro, através de contactos internacionais e através da Sabena (empresa Belga dona do Hotel), para que pudesse ser enviada ajuda….ajuda essa que teima em não chegar.

Houve quem aproximasse este filme da ‘Lista de Schindler’de Steven Spielberg e a história de Paul Rusesabagina da de Óskar Schindler, mas esse é um paralelismo apenas possível de estabelecer pelo acto heróico em questão Do ponto de vista histórico, ‘Hotel Ruanda’ é de enorme importância como denúncia e documento: retrata de uma forma crua e muito dura uma realidade atroz.



Como cinema é uma excelente película (3 nomeações para Óscares) : a direcção (Terry George) é muito bem conseguida, pela forma como lida com a história e com o evoluir dos acontecimentos (o ritmo é imparável mantendo o espectador preso à história e aos personagens) e tem óptimas interpretações: Don Cheadle (Ocean’s Eleven, Traffic) tem um desempenho digno de um Óscar (nomeado para tal mas perdido para Jamie Foxx em ‘Ray’) tal é a intensidade e a dureza que emprega ao personagem, brilhantemente secundado por Sophie Okonedo, e pelo excelente Nick Nolte.

O filme tem algo de verdadeiramente mágico e emocionante…no meio da guerra, dos massacres e de um indescritível cenário de terror, um Homem mostra-se como um ‘Oásis no deserto’ surgindo como um autêntico salvador destas pessoas: eram mais de 1200 e ele ajudou-as mesmo que isso tivesse significado colocar em causa a sua própria vida. Excelente.

Nota: 8,5/10

domingo, abril 15, 2007

Ida e Volta...

De manhã à ida...

...à Tarde...

...ao final do dia à vinda.

quinta-feira, abril 12, 2007

For a While...

(foto 'emprestada' daqui)
'Close your eyes
Free your reasons guide
Take a breath of simple life
Feel the air coming through your soul
Dragging you into unknown

For a while, just fly, just let it flow
For a while, just slide, just let it go
For a while, don't mind, just take it slow
For a while, taste time and feel your own, roam

So wipe the tears
From your raging smile
Settle down your trembling mind
Waste your fears make'em go away
Feed your strenght to break this strain

For a while, just fly, just let it flow
For a while, just slide, just let it go
For a while, don't mind, just take it slow
For a while, taste time and feel your own, roam'

'For a While' - RAMP - (Rui Duarte)

quarta-feira, abril 11, 2007

A Lista de Schindler

Às vezes, ao fazer zapping um pouco ao acaso, encontram-se autênticas pérolas nos inúmeros canais de televisão por cabo. Pois bem, foi o que me aconteceu ao final da noite, quando ao passar no canal Hollywood, deparei-me (por sorte estava no inicio) com um dos filmes, para mim, mais marcantes da história do cinema. Assim que vejo Liam Neeson a preto e branco apercebi-me que estava perante uma obra-prima da sétima arte: 'A Lista de Schindler'.

Em a Lista de Schindler, é retratada parte da vida de Oskar Schindler, um homem poderoso nos negócios e com uma vida abastada e relativamente sossegada. Aproveitando a mão-de-obra dos Judeus, e das suas fortes ligações aos Nazis ele vai amealhando muito dinheiro com a exploração de uma fábrica, o que lhe permite ir também ‘comprando’ favores a alguns oficiais do Exército Nazi, como o caso de Amon Goeth, enviado para Cracóvia como o intuito de eliminar todos os Judeus. Após algum tempo de estreita relação entre ambos, Schindler consegue convencer Goeth a não enviar cerca de 1200 Judeus para o terrível destino a que estavam entregues: tudo isto a troco de muito dinheiro. Com o final da Guerra, Schindler passou a perseguido ao passo que os Judeus que ele ajudou a salvar passaram a ser homens e mulheres livres.

Steven Spielberg foi até ao fundo na forma de mostrar as atrocidades cometidas pelos Nazis durante a Guerra. Com uma qualidade típica de um documentário, ele consegue mostrar a violência e o horror da Guerra, da mesma forma que consegue demonstrar que o ser humano pode ser generoso e benemérito. Spielberg correu um risco enorme (entre outros) ao ter feito o filme a preto e branco, mas esse facto consegue ainda dar maior dramatismo e uma envolvência ainda mais impressionante com o espectador. A História, ele conta-a de uma forma nua e crua e profundamente dramática. Recordo-me ainda hoje da primeira vez que o vi, e recordo-me da realidade e veracidade com que o tema é tratado.


Sem evitar o choque, A Lista de Schindler é brilhante sob as mais variadas formas de olhar para um filme. Defeitos são muitíssimo difíceis (senão mesmo impossíveis) de encontrar: a fotografia (Janusz Kaminski) é poderosa: uma das imagens de quem me recordo de quando vi o filme pela primeira vez é a presença de uma criança vestida com um casaco vermelho: tremendo. Para dar mais ênfase ao realismo das imagens a banda sonora (John Williams) é fenomenal e emprega ainda mais dureza à película.

Em 1993, Spielberg (que já era bem considerado em Hollywood) saltou definitivamente para o palco onde se encontram apenas os melhores. 'A Lista de Schindler' é dos filmes mais galardoados da história e nesse ano arrecadou 7 estatuetas: Melhor Filme e Melhor Realizador e ainda as categorias de Argumento, Fotografia, Banda Sonora, Montagem e Direcção Artística. A esta infinidade de prémios temos ainda de juntar os 3 Globos de Ouro e várias outras distinções. O elenco é muito bem escolhido, e as performances de Liam Nesson, Ralph Fiennes e Ben Kinglsey são simplesmente arrasadoras.

Depois de rever ‘A Lista de Schindler’ fica-me a sensação de quão poderoso um filme pode ser, mesmo para quem o vê por uma segunda ou terceira vez. O final é simplesmente arrebatador, e a emoção de quem o vê está em níveis verdadeiramente impressionantes. Todo o filme é digno de si próprio: brilhante e fenomenal poderá não ser suficiente. Ficará certamente para sempre como um marco incontornável na história do Grande Ecrã.

Nota: 10/10

domingo, abril 08, 2007

Back To The Future...

Não é que eu seja um daqueles saudosistas, sempre a suspirar e a relembrar tempos passados, e a dizer ‘na altura é que era’…porque até nem sou. Mas esta semana fiz uma viagem de constantes idas e voltas a um passado ainda não muito distante no tempo…mas as memórias dessa altura, pareciam enterradas lá bem fundo, e trazê-las de volta á vida foi algo de verdadeiramente memorável.

Hoje em dia é difícil entrar num Bar/Discoteca em que a música seja diferente…nos dias que correm é feita a metro, e a que se ouve por aí é toda igual…é virar o disco e tocar o mesmo. Pois bem….para variar decidi regressar a uma das pontas da triologia dos bares do Cais Sodré: O TOKYO. Não foi a primeira vez que lá fui (não será certamente a última), nem tão pouco estive muito tempo ausente daquele local. Mas regressar lá este fim-de-semana, foi….digamos que especial.

Assim que lá se entra, é o início de uma viagem musical de regresso a vários passados. Músicas que marcaram uma era, e com as quais cresci e que me acompanharam em fases por demais distintas. É uma viagem intemporal pela história do Rock português ao som dos clássicos dos Taxi, Xutos e Pontapés, GNR, Despe e Siga entre outros. Daí a saltar para outro passado foi um instante….foi mais uma viagem agora explorando o rock já desaparecido do Grunge ao estilo Nirvana, ou dos (agora regressados) Rage Against The Machine. Sem nunca parar, e passando pelos dinossauros Rolling Stones, aos míticos Beatles, ou à irreverência personificada pelo ‘Rei Lagarto’ Jim Morrison, navegando ainda ao som dos OMD, A-AH, Men at Work, ou Depeche Mode....foi relembrar de tudo.

No Cais de Chegada estava uma senhora chamada Janis Joplin a receber-nos de braços abertos e a enviar-nos para mais uma viagem….esta agora feita no presente e para casa.

Caso para citar os Depeche Mode e dizer ‘I Just Can’t Get Enough’.


sábado, abril 07, 2007

Smile...

quarta-feira, abril 04, 2007

CUBO

'Não Procure uma Razão...procure uma saída'

Um (belo) dia acorda num local estranho e sem saber como foi lá parar, dá por si dentro de um estranho ‘quarto’ (ou divisão) em forma de cubo com uma porta em cada lado…estranho não? Pior ficaria quando vai percebendo que não está sozinho. Pois bem…são 6 pessoas (sete se considerarmos o que aparece no inicio, mesmo antes do genérico do filme), com histórias todas diferentes entre elas, mas com uma semelhança: nenhuma sabe como foi lá parar, nem onde está, nem o ‘que é’ onde está, nem tão pouco como se sai de lá.

Um policia, um génio da matemática, um engenheiro civil, um médico, um especialista em fugas difíceis e um autista: cada um com a sua característica muito própria e que vai saltando à vista com o desenrolar dos acontecimentos. Este conjunto de personagens apercebe-se inicialmente que estando parados morrem. É então que começam a explorar as inúmeras salas cúbicas…mas de quando em vez e com o passar das horas, vão encontrando outros obstáculos e armadilhas como se ‘aquilo’ estivesse a brincar com este grupo de pessoas aparentemente inocentes.

Perante tamanhas dificuldades, e tão grande desconhecimento sobre o que se estava a passar, o medo e a desconfiança vai-se apoderando dos os vários elementos do grupo, levando inclusivamente a situações e atitudes de puro desespero e descontrolo. Dali até á saída, ainda era um passo grande, muito grande…ou então não e ela estava logo ali.




Uma ideia nova, uma forma inovadora de criar suspense, uma envolvente misteriosa, um ‘inimigo’ invisível, intocável e quiçá, inexistente. Tudo isto são elementos que conjugados com um óptimo conjunto de personagens (actores ‘desconhecidos’), resultou numa obra simplesmente excepcional (arrecadou vários prémios no Fantasporto’99Grande Prémio, Melhor Filme, Melhores Efeitos Especiais e o Prémio do Público). Palmas para o realizador Vicenzo Natali.

Incapaz de fazer desviar os olhos do espectador do ecrã, ‘Cubo’ é ao invés, capaz até de induzir a paranóia mesmo nos mais habituados ao género.

Nota: 9/10

segunda-feira, abril 02, 2007

Vamos parar com isto...

Depois daquilo que se viu no Estádio da Luz, o resultado do jogo deve ser colocado em segundo plano. Há que parar para pensar, e reflectir sobre aquilo que aconteceu nas bancadas, mais precisamente com as claques do Porto.

Primeiro que tudo, aponto o dedo aos responsáveis pela organização do jogo: como é possível reservar para os adeptos do Porto, um sector no anel mais alto do estádio com 3 anéis de bancadas por baixo? Já se sabe como são e como funcionam as claques de futebol (não só as do Porto…falo de todas), e ainda assim toma-se uma decisão despreocupada, inconsciente e desmiolada? Estavam à espera do quê...?

Em segundo lugar, as forças de segurança: tanto apregoam o trabalho conjunto com as claques, tanto anunciam aos quatro cantos que não vão deixar entrar no Estádio, nenhum tipo de objectos arremessáveis (nem isqueiros), e depois deixam petardos??? Quando o controlo das claques a caminho do estádio é feito por forças de segurança munidas de escudos, capacetes, coletes, bastões e metralhadoras (!!!!!), será que isso não quer por si só dizer que essas pessoas são consideradas perigosas? Ou andam a dormir ou andam a brincar: e quando essa brincadeira envolve a vida das pessoas, alguém deve ser responsabilizado por isso.

De uma vez por todas, alguém devia colocar um travão a isto e a estas ‘pessoas’ que em vez de irem apoiar a sua equipa, já saem de casa munidos de armas com a intenção de magoar e de fazer mal a quem vai de boa fé ao Estádio. Não merecem estar lá, e deviam de alguma forma ser impedidos de entrar nos recintos desportivos portugueses. O problema é que por alguns pagam os outros, e depois é o nome da instituição que fica mal visto.

O que me revoltou mais, foi ver famílias com crianças (literalmente) a fugir da bancada com medo de levar com um petardo, ou com cadeiras na cabeça. Custou-me estar no Estádio e ver várias pessoas a sair de maca, feridas em virtude de atitudes daquela gente que não se sabe comportar! Confesso que foram várias as alturas em que não olhei para o jogo, já que me limitava a virar a cabeça para o lado e a assistir àquele espectáculo triste e deplorável….com a Polícia e os ‘Stewards’ de braços cruzados a assistir a tudo de forma quase passiva.

Depois queixam-se que as pessoas ficam em casa, deixam de ir ao futebol e os Estádios estão por norma vazios…

é o País que temos.